Rendimento do FGTS: por que pode valer a pena manter seu dinheiro no fundo?

No passado, era comum que as pessoas desejassem resgatar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) sempre que possível. Em muitos casos, o objetivo era investir o dinheiro em alternativas de renda fixa mais interessantes no mercado. 

Isso acontecia porque rendimento do FGTS (3% ao ano + TR) normalmente perdia para outras aplicações e até para a inflação. Contudo, com a queda da Selic nos últimos anos — que chegou a 2% ao ano em 2020, o retorno do FGTS passou a ficar mais atrativo.  

Afinal, apesar da liquidez mais baixa, a rentabilidade do FGTS tem superado com folga outras opções de investimentos mais seguros, além de ser isenta de IR (imposto de renda). Neste artigo, você acompanhará melhor esse cenário e entenderá por que pode valer a pena manter o dinheiro alocado no FGTS nesse momento. 

Confira!

O que é o FGTS?

Vamos começar entendendo o que é o FGTS. Trata-se de um fundo criado para proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante a abertura de uma conta ligada ao contrato de trabalho. 

No início de cada mês, o empregador deposita em contas abertas na Caixa Econômica Federal o valor correspondente a 8% do salário de cada funcionário, em nome do empregado. Assim, todos os trabalhadores regidos pela CLT têm direito ao FGTS. 

Outras pessoas também têm direito ao fundo. É o caso dos trabalhadores rurais, dos intermitentes, dos temporários, dos avulsos, dos atletas profissionais e dos operários rurais (que trabalham apenas no período de colheita).

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço é formado pelo total dos depósitos mensais. Além disso, ele rende de acordo com uma taxa de juros. E, em algumas situações, os trabalhadores podem dispor do total depositado em seus nomes.

Com o FGTS, a pessoa tem a oportunidade de formar um patrimônio que pode ser sacado em momentos especiais ou de dificuldades. O fundo tornou-se, por exemplo, uma importante fonte de financiamento habitacional, beneficiando especialmente os cidadãos de menor renda.

Os recursos do fundo também atuam no desenvolvimento do país. Isso porque, enquanto está investido, o dinheiro é usado pelo governo para financiar obras de saneamento e infraestrutura, por exemplo.

Como o FGTS funciona?

O porcentual de 8% que o empregador deve depositar mensalmente para o funcionário não é recolhido apenas sobre o valor do salário. Ele também incide sobre o total pago em adicionais (noturno, periculosidade e insalubridade), horas extras, 13° salário, aviso prévio e férias.

Outra característica do FGTS é que a quantia não deve ser descontada do salário do trabalhador. Ou seja, é um valor a mais. No final do período de 12 meses, a soma dos depósitos corresponde a mais de um salário bruto mensal.

Se houver afastamento referente à licença maternidade, ao cumprimento de serviço militar obrigatório, acidente de trabalho ou tratamento de saúde, o empregador deve continuar recolhendo o FGTS em nome do trabalhador.

Nos casos de afastamento por motivos de saúde, a empresa recolhe o FGTS relativo aos primeiros 15 dias de ausência do trabalhador. Nas demais situações, o recolhimento deve ser feito enquanto durar o intervalo de afastamento.

O trabalhador tem o direito de solicitar, em qualquer momento, informações sobre o seu FGTS em qualquer agência da Caixa. E pode acompanhar também seu saldo de forma online pelo site ou aplicativo do FGTS.

Em quais situações ele pode ser sacado?

As condições para saques do FGTS são delimitadas pelo governo. Desde 2019, está em vigor a nova regra de saque. 

Ela permite que o trabalhador saque uma parte do valor anualmente, no mês do aniversário. Para isso, é necessário optar pela modalidade.

Além dessa condição, o FGTS pode ser sacado nas seguintes situações:

  • demissão sem justa causa;
  • aposentadoria;
  • caso de necessidade pessoal, urgente e grave;
  • falecimento do trabalhador;
  • rescisão do contrato por extinção total da empresa;
  • alcance de idade igual ou superior a 70 anos;
  • aquisição de imóvel próprio;
  • suspensão do trabalho avulso;
  • doenças graves do trabalhador, cônjuge ou filhos;
  • aquisição de órtese ou prótese não relacionadas a ato cirúrgico;
  • entre outras.

Quais são as vantagens do FGTS?

Além da possibilidade de uma reserva financeira com rendimentos para o trabalhador, existem algumas vantagens em manter o dinheiro aplicado no FGTS. Uma delas é que o fundo é isento de Imposto de Renda (IR).

Além disso, ele rende a uma taxa de 3% ao ano somada à Taxa Referencial (que está zerada desde 2017). Assim, em cenários de queda da Taxa Selic, como estamos vivendo nos últimos anos, a rentabilidade pode se mostrar vantajosa.

Com a Selic em seu menor patamar (2% ao ano em 2020), o rendimento do FGTS tem se mostrado maior do que a rentabilidade de investimentos vinculados à Selic ou ao CDI, por exemplo. Significa que o FGTS pode oferecer juros maiores ao investidor na comparação com muitos títulos de renda fixa.

Então, como você pode ver, a crença de que o FGTS rende pouco não se aplica ao contexto atual das taxas de juros no Brasil. Bastante interessante, não é mesmo?

Apesar das vantagens do FGTS, é válido lembrar que ele tem baixa liquidez. Ou seja, os saques não podem ser feitos a qualquer momento. É preciso, portanto, sempre se atentar a essa questão.

Rendimento do FGTS x Poupança: por que manter o FGTS aplicado?

Para entender melhor a rentabilidade do FGTS e suas vantagens, vale a pena compará-la com a aplicação mais popular do Brasil: a poupança. 

Por muitos anos, o FGTS perdeu em rentabilidade para a inflação e todas as modalidades de investimento, inclusive a caderneta. No entanto, com os constantes cortes na taxa Selic, ele se tornou atrativo quando comparado a outras opções de renda fixa.

O rendimento do fundo supera a poupança que paga 70% da Selic mais a TR, quando ela for igual ou abaixo de 8,5% ao ano. Ou seja, com a Selic a 2% ao ano o rendimento da poupança fica em torno de 1,4%. Assim, os juros de 3% ao ano do FGTS são muito maiores.

Perceba, portanto, que manter o FGTS aplicado – se o seu objetivo é manter o dinheiro em segurança – pode ser a melhor opção para você. É apenas importante avaliar se seus objetivos estão alinhados a essa alternativa.

Como acompanhar o FGTS dentro da sua carteira de investimentos?

Agora, você já sabe como funciona o rendimento do FGTS e conhece as vantagens dele sobre outros investimentos de renda fixa. Então, pode decidir com maior assertividade se vale a pena manter a aplicação ou realizar o saque. Considere as informações que viu neste post para tomar sua decisão!

Lembramos que a diversificação dos recursos em diferentes classes de ativos e em diferentes instituições financeiras pode dificultar o acompanhamento e controle do patrimônio.

Entrar no site de cada casa e classificar seus investimentos em uma planilha de excel pode dar trabalho e tomar muito tempo.

Visando solucionar este problema do investidor, o Fliper é um aplicativo que consolida os investimentos (inclusive o FGTS!) de forma automatizada, diferente dos outros, em que os usuários precisam inputar os dados manualmente.

telas do app

O app também mostra a evolução do patrimônio e a rentabilidade do portfólio, podendo compará-lo aos principais índices do mercado, como CDI e Ibovespa.

Além disso, você acompanha todos os seus investimentos em um só lugar, vê a rentabilidade da sua carteira e a alocação por classe de ativo.

Isso lhe ajudará a tomar as melhores decisões de onde aplicar os próximos valores poupados.

Bons investimentos!

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